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Como o Pronampe pode minimizar os impactos da crise nos pequenos negócios?
Como o Pronampe pode minimizar os impactos da crise nos pequenos negócios?
Por Regina Fernandes
A nova linha de crédito Pronampe promete aliviar as despesas de MEIs, micro, pequenas e médias empresas nos próximos meses. Válido para empreendimentos com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, o programa chama a atenção por sua taxa de juros baixa (Selic + 1,25% ao ano), pelo direcionamento aos bancos de limite de crédito em até 30% do faturamento do ano anterior com carta emitida pelo governo e, principalmente, pela pouca burocracia exigida.
Este último ponto é especialmente interessante para os pequenos empreendedores, que, por alguma razão, não estão conseguindo tirar as certidões negativas de débitos e/ou com deficiência em suas demonstrações contábeis.
Por outro lado, uma das regras para distribuição do empréstimo pode acabar deixando boa parte das empresas de fora ou atrasar o processo de liberação de crédito. Isso porque o regulamento do FGO (Fundo de Garantia de Operações) estabelece que as primeiras a terem acesso ao benefício serão as ME, com faturamento anual de até R$ 360 mil, uma parcela mínima no oceano de micro e pequenas empresas.
Um ponto de atenção para quem pretende utilizar esse crédito é a exigência, como contrapartida, da manutenção do número de empregos por até 60 dias após o pagamento da última parcela. Então fica a pergunta: vale a pena esse financiamento?
A princípio, a resposta é sim. No entanto, além de discutir qual linha de crédito é mais vantajosa para as empresas, o mais importante é avaliar em como esse dinheiro será aplicado. Em momentos de crise, é preciso dar atenção ao indicador de cash runway da empresa, ou seja, por quanto tempo você consegue pagar contas sem novas receitas. A maioria das empresas brasileiras possui apenas um mês de fôlego de caixa, quando o ideal seria pelo menos seis meses.
O crédito disponibilizado pelo Pronampe tende a acrescentar pelo menos quatro meses de caixa. Então, colocar os prós e os contras antes de solicitar o empréstimo é o que vai dar tranquilidade para a empresa tomar decisões que realmente façam a diferença.
É extremamente importante repensar os negócios neste momento e buscar orientações junto a um contador para analisar os números da empresa. Além disso, conhecer as etapas da crise e identificar em que etapa a sua empresa está irá facilitar esse processo. E, se a decisão for de aderir ao Pronampe, vale a pena levar em consideração o que fazer ou não com esse dinheiro. Mas uma coisa é fato, com dinheiro em caixa, você terá mais segurança para investir em outros aspectos que influenciam o fôlego financeiro e sucesso de sua empresa.
O que fazer com o dinheiro do Pronampe? – Investir em produtos de maior margem de lucro ou que são vendidos mais rapidamente pode ser uma ótima opção em um primeiro momento, mas existem outras alternativas interessantes. Investir em sistemas integrados às vendas, via e-commerce ou marketplaces, assim como novos canais de vendas e distribuição permitem atingir um público-consumidor maior. A transformação digital e modernização da linha de produção, com automação de processos, garantem eficiência operacional. Por outro lado, renegociar dívidas com perfis mais caros, negociar prazos de pagamento maiores e liquidar estoques antigos pode tirar um enorme peso das costas dos empresários. Pode-se ainda pensar em vender ativos físicos ou terceirizar operações que envolvem alta imobilização de capital.
O que não fazer com o Pronampe? – Utilizar para investimentos que não tragam retorno futuro ou ainda em gastos pessoais que não alterem a situação de negócios da empresa. Como qualquer financiamento, esse dinheiro tem um custo. Portanto, é preciso avaliar se o retorno é superior à taxa de juros envolvida.
Essas são somente algumas sugestões, mas tudo aquilo que trouxer caixa futuro é bem-vindo. Você também pode apenas deixar o dinheiro em caixa, mas movimentar a empresa será muito melhor, sempre visando o retorno do investimento.
Regina Fernandes é perita contábil, trainer em gestão, mentora e responsável técnica da Capital Social, escritório de contabilidade com 10 anos de atuação que tem como objetivo facilitar o dia a dia do empreendedor. Localizado na cidade de São Paulo, atende PME´s do Brasil inteiro por meio de uma metodologia de contabilidade consultiva, efetiva e digital.
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