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Com a desaceleração do consumo por conta da crise causada pelo coronavírus, muitas empresas enfrentam dificuldades para manter seus negócios. Porém, existe um mercado que não parou neste momento: o de compras públicas. O governo é o maior comprador do país, e as compras nos setores que são essenciais para o combate à pandemia estão em ritmo acelerado. Segundo levantamento da Effecti, empresa especializada em automação para fornecedores de licitações, o mês de março de 2020 teve um recorde na quantidade de licitações publicadas se comparado com o mesmo período em 2019 - foram 3.901 contra 5.072.
Em muitos estados e cidades, existem leis para estimular a economia local.Em Santa Catarina, por exemplo, existe uma orientação do Tribunal de Contas do Estado para que prefeitos deem preferência às microempresas e empresas de pequeno porte nas aquisições públicas. Um dos artigos da Lei nº 13.979/20, que dispõe sobre as medidas de enfrentamento a serem adotadas diante da emergência de saúde pública em decorrência da pandemia do vírus, prevê a dispensa de licitação para aquisição de bens, serviços e insumos de saúde destinados ao enfrentamento do problema. De acordo com o Portal de Compras do Governo Federal, do dia 4 de fevereiro até 10 de abril, já foram gastos mais de R$ 807 milhões em compras sem licitação para o combate à pandemia do COVID-19. Nesses valores não estão inclusas as compras de estados e municípios, ou seja, o montante é muito maior.
“Na prática, essas medidas servem para desburocratizar a administração pública, trazendo mais celeridade aos processos e oportunidades para as empresas nesse momento de crise. Porém, é importante destacar que, mesmo quando há dispensa de licitação, as contratações devem respeitar os princípios da isonomia e moralidade”, destaca Fernando Salla, CEO da Effecti.
Confira 3 dicas de como vender para o governo neste momento:
1) Monitore as licitações e chamadas públicas
O primeiro passo para vender para o governo é monitorar as licitações que são lançadas. Constantemente há editais abertos para todos os setores, e atualmente muitas chamadas públicas. É possível testar gratuitamente ferramentas digitais de monitoramento e analisar e conhecer mais sobre o universo das compras públicas. “Capturamos cerca de 3 milhões de novas oportunidades de negócio por mês. É um volume muito grande para uma pessoa só monitorar, por isso ferramentas de automação ajudam. Com uma boa ferramenta é possível aplicar filtros conforme o negócio e receber uma notificação sempre que uma licitação da área escolhida for aberta”, explica Fernando Salla, CEO da Effecti.
2) Esteja apto para vender
Em uma situação normal, existe uma série de documentos e cadastros que os fornecedores precisam preencher para participar dos pregões. Na contratação emergencial, alguns documentos deixaram de ser obrigatórios, e inclusive empresas que foram sancionadas em outros momentos podem voltar a participar, criando novas oportunidades.
“É importante lembrar que quem não tem cadastro, pode pelo menos tentar manter o cadastro ativo, como o SICAF (Sistema de Cadastramento Único de Fornecedores) e cadastros municipais, porque através deles os fornecedores são chamados para as contratações emergenciais", explica a advogada e consultora em licitações, Gabriela Pércio.
3) Não extrapole nos preços
Não adianta querer colocar os preços lá em cima porque sua empresa produz determinado insumo. A precificação deve ser um ponto de atenção, mesmo quando se trata de contrato emergencial. “Existe uma margem maior agora de preços por conta de escassez de insumos entre outros fatores, mas o valor apresentado para a administração pública deve estar muito bem fundamentado”, explica Anderson Pedra, procurador de Estado.