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Presidente da Renner se diz otimista sobre consumo no varejo pós-pandemia
Presidente da Renner se diz otimista sobre consumo no varejo pós-pandemia
O Fashion Hub Tech, canal de inovação que oferece soluções para a indústria têxtil focado em tecnologia e sustentabilidade, promoveu na última segunda-feira uma live com o presidente da Renner, Fábio Adegas Faccio, e a jornalista Lilian Pacce. A transmissão ao vivo abordou as perspectivas sobre o varejo pós-Covid-19.
Em relação à volta pós-confinamento devido ao novo coronavírus, Fábio se mostrou otimista apesar do segmento de moda ser um dos mais afetados pela crise, num segundo momento que começa agora.
As pessoas já entraram numa rotina de confinamento, se organizaram em relação aos itens essenciais como materiais de higiene, alimentação e saúde, e vão começar a sentir necessidade de consumir roupas, tanto pelo aspecto físico, pois estamos entrando no Inverno, quanto emocional. Quando as pessoas se expressam através da moda, seguindo com alto astral e alegria mesmo em tempos de crise, o mercado começa gradualmente a se recuperar.
Já em uma terceira fase, depois do isolamento, os consumidores querem se expressar ainda mais, comemorar e se divertir, cada uma seguindo seu estilo. Fábio Faccio ainda destaca o maior consumo de peças confortáveis e mais tops do que bottons, devido ao home office e conferências online.
“A tendência seguirá com roupas comfy ou mais básicas, mas também peças que transmitam personalidade, coloridas, com brilho. As pessoas vão procurar fazer um carinho em si mesmos e, além disso, não tenho dúvida, de que a visão de moda será cada vez mais sustentável, responsável, com qualidade e preços competitivos”, comentou o presidente da Renner.
A Renner no momento mantém apenas 4,5% das pessoas trabalhando presencialmente e todas as lojas fechadas, tanto no Brasil quanto na Argentina e Uruguai. Segundo Fábio, a maior receita da companhia vem das lojas físicas e essa paralisação gera um grande impacto, além do mais, não há data para o retorno, por isso estão realizando planejamentos para preservar os empregos, a empresa e toda a cadeia de moda. “Estamos preparados para três possíveis cenários – base, intermediário e mais difícil, porém acho pouco provável que retornemos até o final de abril”, afirma Fábio.
O executivo apontou que sairão muitos aprendizados depois da crise e que tem muito orgulho de trabalhar com o melhor time que uma empresa poderia ter. “Me emociono de felicidade, orgulho e pela honra que eu tenho de fazer parte de uma equipe tão boa, competente e engajada”, comenta.
Além disso, Fábio também ressaltou a importância da união da cadeia e tem consciência da fragilidade de alguns parceiros. Estão mantendo os pagamentos dos fornecedores em relação aos produtos que já estavam sendo produzidos e avaliando o que ainda deve ser feito ou não.
“Estamos mitigando ao máximo os impactos negativos para poder passar juntos por isso da melhor forma possível e, quando tudo isso passar queremos preservar essa cadeia, com nossos clientes, colaboradores, equipe”, diz Fábio.
E, continua: “Sabemos que o desafio para as pequenas e médias empresas de moda são bem maiores e, para ajuda-las é necessária a ajuda do governo que terá um papel fundamental nessa restruturação. Então, a gente olha com muito mais carinho e atenção para os fornecedores da cadeia, oferecemos acesso às informações sobre a parte financeira, mantemos os pagamentos e apresentamos medidas que também estamos trabalhando nessa fase desafiadora. Estamos fazendo o máximo possível para apoiá-los”
Solidariedade
O magazine está realizando diferentes ações destinando verba para ajudar hospitais no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além disso, juntamente com seus fornecedores conseguiram em cinco dias, desenhar, “prototipar”, aprovar pelos órgãos competentes, acertar o maquinário e entregar aos hospitais, máscaras e aventais.
“Temos um propósito em comum: queremos encantar a todos e nesse momento estamos encantando através de outras ações”, disse Fábio Faccio.
Sustentabilidade
A jornalista Lilian Pacce também abordou o tema onde o sistema da moda tem sido muito questionado por todo o resíduo que ele produz. A Geração Z, Millenials e agora os Coronials (nascidos na época do coronavírus) cobram práticas mais sustentáveis.
De acordo com Fábio Faccio, as principais estratégias da Renner estão pautadas pela inovação e sustentabilidade com compromissos públicos que pretendem colocar em prática até 2021 e que envolvem tanto a parte social, de consumo de energia, cadeia de fornecimento certificada, emissão de carbono e matéria-prima. A empresa mantém o selo Re que oferece peças em malha e, no denim (31% dos produtos no segmento jeanswear) provenientes de sobras, tecidos refibrados e reciclados.
“Essa crise está nos forçando a ser cada vez melhores. Temos um modelo produtivo de time muito curto e essa velocidade proporciona que sejamos também mais sustentáveis pois nosso estoque é super enxuto, não produzimos em excesso. Com isso não produzimos mais do que precisamos”, encerrou Fábio.