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Programador aos 12, CEO aos 30: A empresa dele já movimenta R$ 5 bi anualmente

Programador aos 12, CEO aos 30: A empresa dele já movimenta R$ 5 bi anualmente

A Yampi surgiu do desejo de democratizar o comércio eletrônico e hoje é uma das principais players do mercado, com 500 mil clientes

Quando ganhou seu primeiro livro de programação, aos 12 anos, Lucas Colette não imaginava se tornar CEO de uma empresa de tecnologia que movimentaria R$ 5 bilhões alguns anos depois. O fundador da Yampi, companhia que oferece soluções e inovação para o e-commerce, reconhece o presente do pai, comprado despretensiosamente em uma banca de revistas, como o pontapé inicial de sua trajetória empreendedora, o estopim de algo grandioso.

A história de uma das principais plataformas de e-commerce do Brasil começou nos anos 2000, em Ibitinga, no interior de São Paulo, cidade com cerca de 60 mil habitantes, a quatro horas da capital. Dois anos depois de receber o livro de programação de presente, Lucas fundou um site de notícias do município, replicando reportagens de grandes jornais, mas ganhando notoriedade local. Logo, começou a ser chamado para cobrir os eventos da cidade em nome do aclamado Portal Ibitinga e desfrutar gratuitamente de feiras e shows. 

O jovem não tinha planos de se tornar jornalista, mas montar um site do zero escancarou as portas para a área da tecnologia. Aos 17, foi trabalhar como programador, criando sites e e-commerces; tudo isso antes de 2010, quando o setor de vendas online faturava menos de R$ 11 bilhões anualmente. A partir do interesse por design, Lucas conseguiu emprego em uma agência, onde começou a ter mais contato com os clientes e desenvolveu habilidades de negociação, criando não apenas sites, mas sites "bonitos", personalizados de acordo com o pedido de cada empresa contratante. 

Com essa bagagem profissional, o empresário decidiu que era hora de tentar abrir a própria empresa e, em 2011, numa sala na casa dos pais, ele fundou a Yampi, com a missão de democratizar o comércio eletrônico. Atualmente com mais de 115 colaboradores, a empresa, que opera no modelo 100% remoto, embora tenha sede física em Ibitinga, foi responsável por transacionar R$ 5 bi somente em 2022.

“Fiquei até assustado com essa cifra quando fizemos o levantamento de transações. E pensar que no começo de 2020 não tínhamos sequer 50 lojas cadastradas em nossa plataforma, e hoje contamos com mais 500 mil clientes”, revela o CEO, que aponta que o ano de 2020 foi responsável por um boom no comércio eletrônico em consequência do isolamento social.

Sem a pretensão de unir forças com outras empresas no momento, Lucas também conta que, embora a Yampi já seja uma grande player no mercado com a solução de checkout líder em vendas, muito do tráfego da empresa ocorre de forma orgânica, do boca a boca. "Sempre fomos uma empresa de produto, da tese que o produto precisa ser bom, num nível que as pessoas indicam umas às outras. Até dois anos atrás nem investimos em tráfego pago."

O checkout transparente da empresa, que já recuperou mais de R$ 1 bi em vendas com a solução integrada de recuperação de carrinho abandonado, é também apontada pelos clientes da Yampi como um diferencial valioso e potencializador de lucros. Alex Zago, fundador do site Zona Cerealista Online, firmou uma parceria com a Yampi em abril deste ano e, com as análises já realizadas, espera recuperar ao menos R$ 250 mil em pedidos com a solução. 

Com a projeção de crescer em 35% até 2025, Colette acredita que a Yampi conseguirá surfar no potencial do comércio eletrônico brasileiro, que, de acordo com estudos da alemã Statista, será um dos países líderes no desenvolvimento eletrônico de varejo entre 2023 e 2027, com CAGR superior à taxa global. "Os dados indicam que o Brasil estará na frente no desenvolvimento do e-commerce, e eu acredito que a Yampi tem o necessário para ser referência no setor", finaliza o executivo.

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