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ARTES VISUAIS Aula pintura - Crédito: Tiago Amado
Três décadas de ensino de arte e eventos culturais
Fundação Cultural desperta talentos, desenvolve projetos e fomenta a economia criativa
No dia 24 de agosto de 1989, foi aprovada a Lei N. 2.193 que criava em Rio do Sul a instituição que se tornaria uma das maiores estruturas públicas municipais de Santa Catarina dedicadas especificamente à arte e à cultura. Mais de 30 anos depois, a Fundação Cultural mantém o desafio de desenvolver e fomentar eventos, cursos e projetos na área.
Nos últimos anos, a média de alunos foi de 1,1 mil matriculados nos cursos nos departamentos de Artes Cênicas, Artes Visuais e Música. Em 2020, a pandemia causou uma redução de matrículas e de eventos, mas a instituição mantém a meta de continuar promovendo a média de 40 eventos ao ano e projetos de destaque, como a Feira do Livro, a Feira da Música e o Prêmio Nodgi Pellizzetti. O prêmio foi lançado em 2015 e desde então o seu edital seleciona e patrocina anualmente uma média de 30 projetos culturais. São ações que valorizam a produção, a história e a identidade cultural da cidade, além de fomentar a economia criativa com a geração de produtos e bens artísticos, serviços e renda.
A estrutura da instituição abrange ainda os departamentos: Arquivo Público Histórico, Museu Histórico e Cultural, Biblioteca Pública Municipal, além da Galeria de Artes e do Espaço Alternativo. A instituição mantém as Estações Culturais dos bairros Barra do Trombudo, Bela Aliança e Santa Rita, e o projeto Artesanato nos Bairros. Este projeto atende doze comunidades com aulas gratuitas, desenvolvendo também a prática de lazer, a interação social e a possibilidade de renda familiar.
A sede da Fundação Cultural, no bairro Budag, é denominada Centro Cultural Prefeito Nodgi Eneas Pellizzetti - homenagem ao ex-prefeito que idealizou a instituição. É um prédio que possui uma arquitetura peculiar, um grande valor histórico e, por isso, é tombado como patrimônio histórico.
Artistas da cidade se destacam no cenário nacional
Jardel Fermino começou a estudar música aos oito anos. Entrou na Fundação Cultural em 2002 e fez vários cursos ao longo de onze anos. Depois se tornou professor de teclado, piano, flauta doce e musicalização infantil, além de coordenador do grupo de teclas Ostinato, na própria instituição. Partiu então para a graduação em Música na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). E é em São Paulo que hoje ele trabalha como professor particular de teclado, piano e musicalização infantil. “Toda a bagagem musical que trouxe ao vir para São Paulo fazer faculdade e trabalhar na área foi criada na época, graças a essa enorme experiência de vida que tive o privilégio de compartilhar com amigos e professores na Fundação. A amizade composta com eles e, mais tarde, com meus próprios alunos na Fundação ressoa até hoje, e não é exagero afirmar que o estopim musical de tudo o que vivo agora como educador e artista aconteceu lá", afirma o músico.
O ator e professor Thiago Becker de Luna é outro talento que iniciou na Fundação Cultural, trilhou caminhos distantes da cidade, mas que hoje está de volta à casa. Ele afirma que desde muito cedo o teatro faz parte da sua vida, chegando a se formar pela Escola Técnica Estadual Martins Penna (Rio de Janeiro), a mais antiga escola de formação de atores da América Latina. “Foi por conta da Fundação que comecei a trabalhar profissionalmente com teatro e decidi que esse seria meu plano de vida. E foi em Rio do Sul que desenvolvi o projeto dos meus sonhos, com ajuda do Prêmio Nodgi Pellizzeti, meu primeiro monólogo ‘Benjamim - filho da felicidade’, um espetáculo teatral escrito e interpretado por mim, que me enche de orgulho e que desde sua estreia só me traz coisas boas. Sou muito grato por tudo o que estamos conquistando e tenho muito orgulho de hoje ser professor da Fundação. O meu maior objetivo, enquanto professor, é encantar os alunos e poder fazê-los sentir o mesmo que eu sentia quando era aluno”, destaca.
Thiago e a companhia rio-sulense da qual faz parte, a Cobaia Cênica, ganharam destaque nacional em 2020, no 20º Anual Prêmio Cenym. A trupe recebeu os prêmios de Melhor Companhia de Teatro, Melhor Qualidade Artística, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção com Passa o tempo, estes últimos pelo espetáculo Benjamim.
Um sonho de Nodgi Pellizzetti
A Fundação Cultural foi um sonho do médico e ex-prefeito Nodgi Eneas Pellizzetti (1940-2002). Natural de Rio do Sul, ele foi idealizador de grandes projetos na área, como a aquisição do prédio das antigas Indústrias Gerais Ouro (atual sede), já com o objetivo da criação e instalação da Fundação Cultural no local. E outras realizações também surgiram de seus sonhos, como o Museu e o Arquivo Histórico, a publicação Rio do Sul: nossa história em revista e a Tremtur.
Logo após a instituição legal, em 1989, a Fundação Cultural ocupou o prédio da Antiga Estação Ferroviária (hoje o Museu Histórico e Cultural). Em 1992, foi transferida para a atual sede. No mesmo ano, foi criada a Associação de Pais, Amigos e Professores da Fundação Cultural (Asfuc), que é o órgão responsável pela contratação dos professores e de profissionais técnicos.